sábado, 23 de agosto de 2008


OLIMPÍADA DAS MULHERES
Fátima Nascimento

“Mulheres, essas heroínas anônimas, doadoras da vida, doadoras de amor, aquelas que banham as carnes das crianças, acalmam os gritos, enchem as bocas, essas serventes imemoriais cujos gestos trazem o conforto, a limpeza, o prazer - as humildes das humildes, guerreiras do cotidiano, rainhas da atenção, imperatrizes da ternura, que curam nossas feridas e nossas aflições. Os homens guardam as portas da sociedade que engendra mortos e devolve o ódio. As mulheres guardam as portas da natureza, que fabrica a vida e exige o amor”. (a feminilidade em Eric E. Schimidt.).

Mulheres possuidoras de uma sensibilidade bem mais delicada que a do homem – mulheres a respeito de quem declarou a feminilidade em Kierkegaard: “O ser feminino é dedicação e abandono. Com efeito, foi por causa de todo esse abandono feminino do seu ser, que Deus com ternura, armou a mulher com um instinto, cuja sutileza ultrapassa a mais lúcida reflexão masculina e a reduz a nada”.

Quem é que sublima o instinto em ternura? Quem se supera nas sublimações mais sãs? Quem tem a carne e a alma compenetrada num grau desconhecido? Quem põe mais alma nas emoções mais carnais? Quem funde a carne nas paixões do espírito? Quem é que sob estado de privação, torna-se ainda mais carinhosa? Quem é que encontra nas mais inocentes manifestações de ternura, satisfação suficiente? Quem subordina o amor ao dever e o embebe no espírito? Quem reveste a união dos corpos do seu mais profundo significado, e realiza a sua finalidade verdadeiramente humana? Quem se dá sem baixeza e sem artifícios? Quem assegura estabilidade e profundidade nas relações humanas? Quem possui o instinto maternal? Quem deflagra o prodígio de fazer convergir para o mesmo ser, o seu instinto sexual e seu instinto maternal?

“Sejam misericordiosos assim como o Pai de vocês é misericordioso”- Lc 6:36.
O que seria misericórdia senão a capacidade de amar com as entranhas? Quem seria capaz de amar com as entranhas senão uma mulher, uma mãe? Bendito Deus-Pai-e-Mãe de misericórdias infinitas!...

Profundas raízes da perenidade do amor feminino! A quem tal frase diria respeito?

Quem foi criada para se sacrificar pelos seres que a rodeiam e que conhece, e a assegurar o futuro imediato da humanidade?

Que os homens votados a um dom mais universal façam o que sabem fazer de melhor: entreguem-se, desgastem-se por fins sem dúvida, igualmente reais, louváveis, mas muito menos próximos no tempo e no espaço. Um abraço!

As mulheres velam pelas “subestruturas”: ouro feminino no atletismo, ouro feminino no vôlei de quadra, prata no futebol feminino, bronze no judô e vela feminino, bronze feminino no vôlei de praia, bronze no taekwondo etc., isso tudo mantendo o cuidado com o corpo, cabelo, unhas, sobrancelhas, maquiagem, etc.

Já os homens velam pelas “superestruturas”, ou seja, terão de aguardar pela próxima Olimpíada...

Quem possui o afeto infinitamente menos dependente do intelecto? De quem é a autonomia do coração?

Segundo a feminilidade em Gustave Thibon, um homem ama uma mulher pelas suas qualidades (tem ou julga ter razões para amar) - Justifica o seu amor em face da sua consciência. Uma mulher, pelo contrário, ama por que ama. Os homens dizem: amo-te porque tu és bela, ou meiga, ou boa, etc. A mulher dirá simplesmente: amo-te porque te amo.

Quem possui o amor mais clarividente em relação ao ser amado, e nutre-se menos de ilusões? Ao contrário do homem, em quem o amor, ligado a juízos, a comparações, se sente ameaçado pela revelação das falhas do ser amado, e reage através de ilusões, a mulher pode dar-se ao luxo de julgar lucidamente tudo o que ama, sem que o seu amor diminua por isso. O amor das mulheres atinge, por assim dizer, a substância única e eterna do ser; situa-se espontaneamente para além da decepção – não necessita do apoio das ilusões.

“Foi assim que fez em mim, foi assim que fez em nós, esse amor iluminado”.
(a feminilidade em Ivan Lins e Victor Martins).

Mulheres nas Olimpíadas!
Quantas alegrias!
Elas e todas nós
Nas Olimpíadas...


Estou tão feliz que louvo a Deus e a todas vós mulheres, nas palavras de minha chará Fátima Guedes: Nos teus olhares ardentes / essa questão se demora: / o nosso amor é outono / é primavera lá fora / A vida, então, quer ser amável, / decerto faz muito sentido, / carrego dor suportável, / sou grata por ter nascido. / Teus olhos moram nos meus, queimam os meus, comem os meus...

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá pastora Fátima,

Meu nome é Diva, lembra de mim?
Sou de Diadema e sempre leio os textos e mensagens da senhora, leio e recomendo.

Um beijo enorme.
Sinto muito a sua falta pastora..

Bjs,

Diva