quinta-feira, 24 de julho de 2008

CRISE DAS REFERÊNCIAS
Pra. Fátima Nascimento


(Lc 14:33 “ ...da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”)


Como pastora, eu já me habituei a ouvir muita gente reclamando da vida. As pessoas acusam a vida de ser má, limitada, tediosa, etc.

Sempre que ouço este tipo de reclamação, me ocorre que algumas dessas pessoas estejam querendo fazer uma espécie de acusação a Deus, mesmo que inconscientemente.
Muitas pessoas veem falar comigo à espera de alguma reparação, e se mostram agressivas quando não me aplico a reparar certos infortúnios. É o fato de que um marido tenha deixado a esposa endividada, de que ela não encontra trabalho, de que seus filhos se mostram ingratos. É o fato de que o empregador paga um salário baixo, de que a pessoa sofra de cefaléia, de insônia – parece que tudo entra no campo da reivindicação. Parece que o discurso por trás das palavras que ouço é mais ou menos o seguinte: se não nasci bem, se tenho prejuízo, alguém me deve reparação – ou Deus, a sociedade ou a igreja. Estou no prejuízo e quero lucrar alguma coisa. Deus e o resto do mundo estão endividados comigo, pois não nasci bem.

Não é de se admirar que eu me posicione no sentido de não atender a esse tipo de reivindicação das pessoas num primeiro momento – se o fizesse, meus conselhos poderiam virar sinônimo de poção mágica ou ainda algum tipo de droga. Estou mais do que certa de que se assumisse tal postura, não seria coerente com o bom senso e muito menos com o ensino das Escrituras.

Pessoas que pensam dessa maneira foram forjadas num mundo que as ensinou a buscar satisfação imediata e a qualquer preço. É mais ou menos assim: se a pessoa tem seu trabalho, relações, realizações, situações, os benefícios, tudo o que desejar de modo satisfatório, não vê motivo algum para preocupar-se com alguém ou com nada além do que perpetuar sua condição favorável.

Vive encerrada na bolha dos sonhos satisfeitos e desejos realizados - e isso tudo em termos, uma vez que a sensação de felicidade é tão fugaz - porém, basta que os resultados sejam mais complexos, que brote a aleatoriedade, para que rapidamente essa mesma pessoa se sinta desabonada e carente de tudo – açoite da eterna busca humana por transcendência, plenitude e sentido da vida.

A exigência do homem moderno é que não se pare de satisfazê-lo em suas reivindicações razoáveis e ou absurdas – em outras palavras, o sujeito hoje em dia se vê autorizado pelo próprio fato de existir - a legislação que corra atrás de seus requisitos.

Logo, o fato de existir, pensa ele, o autoriza a desfrutar irresponsavelmente, a gozar sem limites. É ele quem determina seu próprio espaço, seu território, segue seus impulsos, segue seu coração. Essa busca da satisfação a qualquer preço é um tipo de idolatria, pois a pessoa acaba adorando a própria necessidade no lugar de adorar a Deus.

Ao que tudo indica, na cabeça de uma pessoa assim, o céu está vazio, ou então é de chumbo, e essa pessoa flutua sem gravidade, sem referência alguma, orientada pelo vício de desfrutar.

Mas, e Palavra de Deus, o que Ela diz a respeito dessa postura em nada inédita nos seres humanos? Refiro-me à falta de limites, à necessidade de renúncia, do luto tão benéfico à existência humana. Há um preço a ser pago, nem tudo é possível, não se pode ter tudo, é preciso assumir as conseqüências de nossos atos, levar em consideração o que se faz.

Veja o que o Apóstolo Paulo escreve em sua carta a Tito 2:11-14: “Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras”.

Jesus em seu sermão do monte (Mateus 6:34), disse o seguinte: "...por isso não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades".

Conforme escreveu SENECA em seu TRATADO SOBRE A BREVIDADE DA VIDA, “a vida humana é um presente que se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Está longe de ser tão breve quanto parece. Se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor e não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai. Desse modo não temos uma vida breve, mas fazemos com que seja assim. Não somos privados, mas pródigos de vida. Como grandes riquezas, quando chegam às mãos de um mau administrador, em um curto espaço de tempo se dissipam, mas, se modestas e confiadas a um bom guardião, aumentam com o tempo, assim a existência se prolonga por um largo período para os que sabem dela usufruir. Não penso que o que justifica a vida de uma pessoa seja a qualidade da mesma, mas sim o simples fato de estar vivo”.

Jesus disse ainda: “...quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará”.
(Mateus 10:38)

O caminho é estreito. Jesus usa o símbolo da cruz para ilustrar quão difícil é o discipulado, quão difícil é perder a própria vida por amor a Ele.


Se você quer seguir a Jesus você não pode andar ansioso por nada. Tem que negar a si mesmo, renunciar a tudo quanto tem, no sentido de não mais ser dependente de tais posses, tem que tomar sua cruz e seguir a Jesus. Jesus é a resposta, é o basta a todos os conflitos da vida.

Você procura, procura, bate, bate, busca até encontrar com Jesus. Assim que você encontra Jesus você tem que dizer assim: basta encontrei! Se você não puder dizer isso então você não encontrou Jesus, pois o poder da última palavra nas questões humanas é representado por um homem pendurado numa cruz.

Essa é a nossa pregação! Que ninguém a despreze.Tito 2:15




3 comentários:

Unknown disse...

Que a Paz de Jesus seja contigo minha querida amiga.
Fiquei feliz ao receber (finalmente) mais um e-amil seu e fiquei mais feliz ainda ao saber das novidades, seu blog agora faz parte de meus favoritos.

Um grande beijo à voce , amo Miguel e à Camilinha.

Luckini

Anônimo disse...

Olá Pastora Fátima!

Quando a senhora vem pregar aqui no Maranhão hein?

Como seria maravilhoso te-la aqui anunciando a Palavra pra gente!

Pense nisso pastora Fátima.. Nosso estado é muito carente de pessoas a assim com o dom da senhora..

Que a paz de Deus esteja com a senhora e sua família..

Que linda sua filhinha!

Paz

Délcio do Amaral da igreja do Avivamento Bíblico do Maranhão

Anônimo disse...

Olá Pastora Fátima

Olha, comigo aconteceu coisa bem semelhante viu!

Lendo esse texto pode compreender que Deus não é culpado pelas minhas más escolhas. Até fiz as pazes com Ele rsrsr..

Muito obrigado pela cara ajuda,,

Deus abençoa a senhora ricamente!

Sou da Assembléia de Deus da Zona Norte SP..